Gutox Wintermoon*

Por Ana Paula Duarte.

É com imensa alegria e satisfação que venho ser a nova colaboradora nesse projeto de Gutox que muito me alegrei e incentivei, o blog POETAS NO DIVÃ. Como forma de agradecimento, entrevistei o nosso querido administrador e também apertei um pouco a sua mente, já que ele apertou a minha também (vingança! ahaha...). E é assim, descontraidamente que adentro ao Poetas no Divã e asseguro, trarei grandes novidades.

Vamos à entrevista.

Poetas no Divã -Bem Gutox, você já escreve há algum tempo, inclusive em outro blog, o Manuscritos Digitados, mas em que momento da vida você parou e se deu conta de que era bom com as palavras e dado a escrita?O que te influenciou a escrever?

Comecei a escrever por necessidade mesmo, quando formei minha primeira banda, por que na banda não tinha um letrista, confesso que no começo era difícil que as ideias brotassem, porém hoje estou bem melhor do que naquela época, mas ainda tentando ser bom com as palavras.


Poetas no Divã -Você escreve muitas poesias que alguns considerariam góticas, mas que falam muito de você e no fim soam sempre com tom de esperança.
A que estilo você se tipificaria? Se preocupa com essas roupagens?

Creio que alguns consideram góticas por eu ser muito influênciado pelo Álvares de Azevedo, Byron, Poe...só que eu mesmo não as considero góticas apesar de eu ser um "amante" da subcultura gótica não escrevo poesias necessariamente góticas.
O estilo que acho que chego mais próximo é o ultra-romantismo isso por causa das influências mas tento não ficar preso a roupagens acho que isso limitaria minha poesia, pois escrevo sobre várias coisas apesar da maioria serem situações que exprimem a tristeza, a solidão e dores acredito na "luz no fim do túnel" e atualmente já estou enxergando um outro ponto, por um outro prisma, um outro tema para minhas poesias.



Poetas no Divã -Conte um pouco sobre como e quando surgiu a ideia de criar um blog com entrevistas a  novos poetas, iniciativa bastante louvável e bem sucedida...

Essa ideia surgiu por ver pessoas que escrevem muito bem, que têm potencial, só que vivem no anonimato e decidi mostrá-las ao mundo para que as outras pessoas pudessem ver que ainda existem poetas de verdade no país. O blog ainda está no começo e tem espaço pra quem quiser. 



Poetas no Divã -O que te inspira em suas produções?

Minha inspiração vem de múltiplas coisas, meus medos, tristezas, solidão, minhas dores porém a noite é algo que me inspira bastante, você pode encontrá-la muito nas minhas poesias. Sem falar na minha maior inspiração, que é meu Senhor Jesus Cristo.



Poetas no Divã -Você usa o eu-lírico em seus escritos?

A maioria das coisas que escrevo são meus sentimentos que são lançados sobre o papel.Mas meu eu-lírico aparece ás vezes. (Risos)

Poetas no Divã -Uma palavra que defina a poesia em tua vida:


Apenas em uma palavra é dificil definir, mas a poesia pra mim é uma espécie de desabafo.
Pois não sou muito de me abrir para as pessoas, falar coisas da minha vida, talvez por zelar tanto minha intimidade.A poesia fala por mim o que eu não consigo dizer.Esse é o papel principal dela em minha vida.


Poetas no Divã -Dirija algumas considerações aos leitores e poetas do blog:

Agradeço aos leitores por lerem as entrevistas e participarem
com seus comentários.E também agradeço aos poetas e amigos que foram entrevistados
por acreditarem neste blog, pois são pessoas muito talentosas que por mais que ainda não tenham livros publicados, elas têm um potencial muito grande e queria dizer também que sou fã do trabalho deles. Estão todos de parabéns!






Meu Eterno Anjo

Novamente ela vem, para, continua parada, olhando com aquele mesmo olhar,
Olhar lúgubre, o olhar que me faz refletir.
Sua palidez que me envolve, laços dantes nunca tidos, seus cabelos sobre a face, escondendo as lagrimas que rolam, senti-me incomodado, dei alguns passos e a abracei, sua pele fria encharcada pela fina chuva que caia sobre nossos corpos.
As nuvens pairavam sobre nossas cabeças, os ventos gélidos tocavam em nossas roupas... Aqueles ósculos que durante muito tempo não os sentia, o tempo parecia que não corria, apreciei aquele monumento que diante de mim estava... sorri
Aquele vestido branco, seus lábios lívidos... Dúbio, pensei que era sonho,
Nem dei conta que a lua aparecia como uma foice dourada cortando o céu dissipando todas as nuvens.
Mas eu queria contar-lhe mais... Você quer saber?
Seu nome não me é digno de contar, aqueles olhos, que olhos!
De sua linda boca apenas ouvi uma frase: ”Voltei, pois você me faz esquecer das minhas insanas lembranças”, lembranças das quais não ousei perguntar-lhe.
Vi as trevas em seus olhos e pude sentir sua dor, dor que tão profunda era, senti dentro de mim... Chorei
Beijei aqueles lábios gélidos e lívidos, senti o calor daquele corpo frio e voluptuoso.
Adormeci, ela envolvida em meus braços, acordei e ela continuava lá, linda e lúcida.
A luz do sol refletia e lembrava-me da noite e do s cantos dos corvos que era uma verdadeira serenata na escuridão, então acordou, olhou-me e simplesmente sorriu e disse-me algo que jamais esquecerei: ”Meu anjo, saibas que estás em meu coração e te quero muito bem e você é o único que pode me entender”. Tais palavras me comoveram, jamais esquecerei esse dia, o dia que reencontrei Meu Eterno Anjo.

Gutox